Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Smiles & Tears

Guia de sobrevivência para mulheres fantásticas

Smiles & Tears

Guia de sobrevivência para mulheres fantásticas

" Comprimido da ineptidão "

 

comp.jpg

 

A propósito das últimas notícias intituladas de "comprimido da inteligência ", muito se tem falado, mas ainda estão por dizer muitas coisas de importância relevante.

Vamos a ser racionais, esses medicamentos estão indicados para crianças e jovens com diagnóstico confirmado de hiperactividade e/ou défice de atenção. Constituem substâncias químicas com acção no sistema nervoso central e que visam controlar os sintomas daquela patologia. Tal como todos os medicamentos, estas substâncias têm uma janela terapêutica que tem de ser respeitada, tem efeitos secundários e contra-indicações. Assim, como todos os medicamentos, deve ser analisada a balança risco/benefício e só deverá ser prescrito se os benefícios ultrapassarem claramente os riscos. Isto aplica-se, e repito, quando há diagnóstico confirmado.

Ora, quando não há hiperactividade e/ou défice de atenção, nada disto se aplica ou se pode aplicar. Se não há doença para quê a terapêutica? Estas substânvias não se destinam a tratar crianças e jovens normais, daqueles que têm a cabeça na lua (felizmente), bichos carpinteiros no rabo e molas na sola dos pés. Não se destinam a mante-los sossegaditos e obedientes em casa e pasmados nas aulas. 

Porém, para júbilo de muitos, estas substâncias quando administradas a pessoas saudáveis, além de as tornar ainda mais sossegadinhas, menos curiosas e perguntadeiras, consegue a proeza de manter os alunos completamente (e artificialmente) concentrados nas aulas, nos testes e nos tempos de estudo. Daqui resulta que estes alunos obtêm melhores resultados escolares com muito menos trabalho, e com menos cansaço. 

Para que isto suceda nas proporções gigantescas em que se verifica em Portugal,  abarcando crianças,  jovens e jovens adultos, tem de haver a colaboração de vários intervenientes : médicos que prescrevem,  pais que administram ou permitem a administração e comunidade escolar que sabe e se cala. Cala-se porque estes se tornam alunos que não questionam, que são máquinas assimiladoras de dogmas,  e ajudam a escola a subir no ranking dos exames. Aos pais agrada o sucesso escolar dos filhos, o que os poupa a mais uma preocupação, além das que a vida lhes traz. Quanto aos alunos, não sei se lhes agrada ou não,  acredito que sim, a avaliar a ligeireza com que aconselham aos amigos as maravilhas deste milagre. Vêm alguns clínicos dizer que são medicamentos seguros e muito estudados! Sim, podem até estar devidamente estudados em doentes e ser seguros em doentes. Mas, e em cobaias saudáveis ?! Já leram os efeitos adversos possíveis? Depressão,  irritabilidade, insónia, oscilações de humor, esquizofrenia, tendências suicidas ou de auto-mutilação,comportamentos obsessivos,  tiques, ..... chega? 

E a parte ética?  Estas substâncias são para o estudo o que o dopping é para o desporto. Estes alunos fazem batota. A pressão das notas de excelência e dos quadros de honra ensinam-lhes a não olhar a meios para atingir fins. E boicotam-se a si próprios. Pois se recorrem a estas substâncias é porque acreditam que não têm competências próprias suficientes para alcançar os seus objectivos, não acreditam em si próprios. Ou então são desprovidos de valores morais como o respeito e a lealdade. 

E os pais ? Amam os filhos incondicionalmente? Aceitam-nos com as competências e dificuldades que eles têm como todos temos? Talvez acreditem que os seus filhos não têm capacidade de ter sucesso fazendo uso só do trabalho e da inteligência. Ou querem que o sucesso dos filhos, a qualquer custo,  lhes sirva de lenitivo aos seus fracassos pessoais.

Estamos a impedir o progresso da ciência e o evoluir do conhecimento. Calamos os curiosos, os pensadores, o activistas, e criamos bandos de zombies empregáveis não pensantes. Não mais teremos um Einstein, nem um Da Vinci, nem um Gandhi. .... O que andamos a fazer ?

Carta para o Céu

ceu.jpg

 

Há 12 anos atrás vivemos um dia muito triste. Partiste ... ficámos sem ti. Que falta fazes .....

Nós chorámos a tua perda, sofremos pela tua ausência e erguemo-nos de seguida.

Hoje, venho contar-te como temos sido uns guerreiros. Espero que te orgulhes de nós.

O Kike é um rapaz bonito, bem formado, carinhososo e joga ténis (seguindo o teu vício) Ah! E também toca bateria (agora a sala está mais pequena).

A Pombinha continua aquela coisa fofa que tu seguraste à saída da sala de partos. Miúda de bons princípios, sensível, mas também refilona (não suporta injustiças). Toca piano (mais um cantinho roubado à sala) e canta .... muito!

E são muito amigos, como tu gostarias que fossem.

Eu e o Pedro continuamos um "casal bonito", como nos apelidaste. Há até quem, em tom de brincadeira, nos chame de "casal maravilha".

Somos uma família feliz !

Bem sei que me fizeste prometer que ia manter toda a família unida (mantém os elos da cadeia todos ligados, não deixes que nenhum se parta - jamais esquecerei estas tuas palavras ). Falhei. Desculpa-me. Eu tentei. Tentei tanto, tanto, até à exaustão. Até me faltarem as forças .... Mudei-me, virei-me do avesso, mas não consegui. Tresmalharam-se.

Desisti .... Decidi manter íntegra esta cadeia de 4 elos. E consegui !! Devias ver como nos divertimos juntos. Conversamos, rimos, discutimos e acabamos sempre a combinar a próxima palhaçada !! Como os pequenos tocam e cantam juntos ao serão.

E falamos de ti, sempre. De como aquecias as laranjas no micro-ondas e comias castanhas com manteiga. Rimos das tardes que passámos a ver o TOM & JERRY. Nunca deixei que o Henrique se esquecesse de ti (como se fosse possível). A Pombinha conhece-te como se tivesse usufruído da tua companhia anos e anos.

Se puderes, vai olhando por nós, como fizeste em vida.

Que falta fazes ....

Até um dia.

 

 

 

Tecnologia - o bode expiatório.

14111695_1775107099379975_1407783692_n.jpg

 Por todo o lado se levantam vozes contra a evolução tecnológica, alertando para os malefícios pessoais e sociais do uso de novas tecnologias, designadamente das redes sociais. Com razão, algumas dessas vozes.

Porém, eu prefiro adoptar uma postura um pouco diferente. A vida é um bocadinho como jogar às cartas: temos que jogar com as cartas que nos sairam, sejam boas ou más, com trunfos ou sem eles.

A tecnologia entrou nas nossas vidas e rotinas e é com essa realidade que temos de jogar. Não adianta fugir dela ... está em todo o lado.

Portanto, há que aproveitar as coisas maravilhosas que a tecnologia e as redes socias têm para nos oferecer. Elas afastam as pessoas se deixarmos, eu reencontrei pessoas que foram muito importantes na minha vida e das quais tinha perdido contacto. Fiquei a saber que as minhas colegas de faculdade estão lindas, que mudaram os seus percursos (para melhor) profissionais e pessoais. Posso diariamente acompanhar amigos que a distância mantém longe mas as redes sociais tornam vizinhos.

E quanto às crianças, também a tecnologia, a internet e as redes sociais trazem coisas boas ( e más também, como tudo). Consigo conhecer todos os amigos dos meus filhos, ainda que alguns só on line. E, sempre é melhor seguir-lhes o perfil on line do que não os conhecer de todo !! E sim, a tecnologia aproxima-me dos meus filhos. Quando preciso da ajuda deles para editar uma foto, para alterar a definições, para procurar uma música no youtube e acabamos por ouvi-la juntos.

E esta fotografia que hoje aqui partilho, não é mais do que o exemplo de que a tecnologia pode promover momentos de convívio real. Pois, num dia de chuviscos que desmotivava qualquer ida à praia, passei uma bela tarde a aprender a editar fotos no tablet da minha filha, tendo-a a ela, a meu lado, muito atenciosa para esta sua aluna. E rimos com as perucas e com os óculos. E mostrámos ao pai e ao irmão, que se juntaram à palhaçada a ver qual de nós alcançava a fotografia mais ridícula !!

Quem afasta as pessoas não é a tecnologia, ela é apenas o bode expiatório para corações que há muito estão separados...

Até breve !!

hoj.jpg

 

Bem sei que não tenho dado notícias. Não me esqueci, não desisti ... . Apenas não consegui escrever nestes últimos tempos, tamanho o turbilhão de pensamentos e emoções que tenho vivido. As férias, para mim, constituem sempre uma época de grandes aprendizagens. Não falo de aprendizagens culturais (apesar de também as viver em grande escala). Falo de aprendizagens do coração. Uma das coisas que muito aprecio nas férias é ter tempo e predisposição para ficar a observar. Observar coisas e pessoas, a forma como se relacionam, como se acarinham, como se suportam e até como se zangam. Este ano, em particular, foi especialmente rico em episódios diferentes (bons e maus) que me fizeram pensar e repensar. Precisei de tempo para assimilar, sistematizar e consolidar tantas lições.

Até breve !!

Janelas para a alma ....

 

132..jpg

 

Hoje o tempo apela à introspecção. Destapando, um pouco mais, a janela do meu ser, partilho esta minha pintura. De fraca qualidade técnica, mas, para mim transbordante de significado. Lembra-me os dias felizes que passei, tempos vão, no Alentejo. Dias tão simples, tão simples, que quase se chega a dizer que não se fazia nada. Mas fazia, mesmo ! Foram dias passados com pessoas especiais que o tempo levou. Cedo demais para ele. Cedo demais para nós. Mas o tempo não o levou só a ele, levou com ele tudo aquilo que dava, que ensinava, que representava,... Talvez não, nem tudo. O que ensinou, nos corações cá ficou. Estou grata pela oportunidade que tive de viver esses dias ....