O exercício do silêncio. ...
Tenho andado ausente destas lides on line. Não será bem ausente a palavra adequada. Talvez oculta. Não tenho escrito, nem pintado, nem refilado, o que pode ser preocupante, especialmente a parte do não refilar.
Porém, tenho dado mais atenção a uma actividade que se mostra de grande utilidade para quem gosta de aprender com a vida, com os outros. A arte de observar em silêncio. Observar é fácil, o silêncio é que é mais complicado.
Complicado mas eficiente. Se estivermos sozinhos, o silêncio permite observar com mais pormenor o que nos rodeia, talvez até encontrar beleza nos locais mais improváveis. E ainda deixa que ouçamos com clareza o papaguear do macaco falante que mora dentro da cabeça de cada um. É importante ouvir o macaco com alguma regularidade. Caso contrário, se não dermos importância ao seu papaguear conselheiro é provável que, a seu tempo, escorreguemos numa das cascas de banana que a vida nos coloca no caminho.
Por outro lado, se estivermos acompanhados e a conversa for interessante, o uso do silêncio mostra respeito e consideração pelo interlocutor, reúnem-se saberes, formulam-se opiniões, estreitam-se laços. Todavia, se a conversa for uma enormíssima verborreia, o silêncio continua a ser o nosso aliado, pois muda-se troca-se de botão e ouve-se o macaco, novamente.
Estou a ficar uma adepta do silencio. Mais a mais, com a quantidade de barbaridades a que se tem assistido recentemente, se começar a falar vou fazê-lo até que a voz me doa ! E vou meter-me em problemas ... garantidos.
Como alguém sabiamente disse "o exercício do silêncio é tão importante quanto a pratica da palavra ".