Lembram-se daquelas cestas de junco e vime, tipicamente portuguesas, usadas para levar a merenda para o campo ou ir ao mercado? Pois bem, a empresa Toino Abel teve a brilhante ideia de, mantendo o conceito, os materiais e as técnicas, produzir cestas para uso quotidiano, de design e cores modernas. E já são sucesso internacional. Muito giras, não acham?
Sim, o meu coração tem inquilinos. E não pagam renda ! Para eles guardo o meu tempo, reservo a minha atenção, multiplico os meus afectos. Mas, por vezes, apetece-me mais, apetece-me materializar os afectos ... às vezes gosto do impossível. Faço o que posso, o que consigo, o que sei ....
E pensei que os meus inquilinos mais novos iriam gostar de um miminho doce feito pela tia. Mas que doce ? Vieram-me à memória vivências passadas .... nada como um arroz doce !!
E ainda dizem por aí (quem não tem mais nada com que se ocupar) que as novas gerações estão perdidas ! Eu cá por mim não concordo. E num misto de tristeza e orgulho vejo, por vezes, gerações bem mais novas a darem verdadeiras lições.
Num destes dias, a minha filha, que tem 11 anos, disse-me assim: " - Mãe, apetecia-me tanto dar uma prenda à minha amiga ."
" - Está bem. Então e o que lhe queres comprar?" - perguntei-lhe eu.
Eis que recebi uma resposta que é, também, um ensinamento : " - Nada, não lhe quero comprar nada. Não quero dessas prendas. Quero uma daquelas que têm valor. Uma das que tu fazes com as tuas mãos."
Peguei na lã, nas agulhas e no coração e fiz esta bolsinha para guardar o cartão da escola.
A minha filha tem ou não tem razão ? Não tem mais valor assim ?